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Atualizado em 02/07/2020
Hoje, 2 de julho é dia do hospital. Entrevistamos a Drª Mirela Yunes, Gerente Médica da União Química, que nos apresenta um panorama sobre a importância do Controle da Infecção Hospitalar e dos cuidados que precisamos ter para evitar as contaminações.
[UQ] O que é infecção hospitalar?
[Drª Mirela Yunes] Infecção Hospitalar é a infecção adquirida após a internação do paciente, que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.
[UQ] Por que ocorre a infecção hospitalar?
[Drª Mirela Yunes] A higienização incompleta das mãos é o principal fator, mas as causas são diversas. Existem muitos fatores envolvidos, por exemplo, fatores predisponentes do próprio paciente como obesidade, diabetes, insuficiência renal, que enfraquecem o sistema imunológico. Procedimentos médicos invasivos, por exemplo, inserção de cateteres, sondas e drenos, que rompem a barreira natural de proteção do paciente, podem ser porta de entrada para agentes infecciosos.
[UQ] Qual a diferença entre as bactérias que podemos pegar em locais públicos, como por exemplo, no ônibus e metrô, e os microrganismos que provocam as infecções hospitalares?
[Drª Mirela Yunes] O que causa uma infecção são bactérias, fungos e vírus. O que causa a infecção hospitalar geralmente são as mesmas bactérias, que encontraram um indivíduo com suas defesas enfraquecidas, e que se tornaram resistentes aos antibióticos comumente utilizados. Por isso os pacientes não respondem ao tratamento inicial, necessitando, na maioria das vezes, de associação de antibióticos.
[UQ] Nos hospitais, apenas se infectam com os germes agressivos, as pessoas que estão debilitadas, enfraquecidas e fica difícil tratá-las porque eles são resistentes à ação dos antibióticos. Como se explica que médicos e enfermeiros não se infectem com essas bactérias resistentes?
[Drª Mirela Yunes] No geral são as pessoas mais debilitadas que se infectam, mas nem sempre. Pode acontecer de uma pessoa saudável internar para um procedimento simples e pegar uma infecção hospitalar. Médicos e enfermeiros podem ter contato com microrganismos, daí a necessidade de higiene frequente das mãos e de aparelhos, como o estetoscópio e, em determinados locais, como o centro cirúrgico, UTIs, berçários, o uso de roupas exclusivas ao ambiente hospitalar.
[UQ] Quais os principais cuidados que os profissionais de saúde precisam ter para evitar as infecções dos pacientes?
[Drª Mirela Yunes] Higiene, higiene e higiene! Higiene das mãos com álcool gel ao entrar e ao sair do quarto do paciente, uso de máscara dependendo da situação do paciente (ex: tratamento com imunodepressores), desinfecção de estetoscópio de um paciente para outro seriam as principais medidas.
[UQ] O cuidado de lavar as mãos se estende para todas as pessoas, principalmente em tempos de Coronavírus. Como as mãos devem ser lavadas?
[Drª Mirela Yunes] As mãos devem ser lavadas com água corrente e sabonete esfregando-se bem a palma e o dorso das mãos, os polegares, entre os dedos, as unhas e até os punhos. Para a lavagem correta das mãos, o tempo seria em torno de 20 segundos, o que não é muito tempo em vista da proteção que esse simples ato oferece.
[UQ] Quais os cuidados os familiares e visitantes dos pacientes internados precisam ter para evitar levar bactérias e microrganismos que possam causar infecções?
[Drª Mirela Yunes] Sempre que for a um hospital visitar um doente, algumas regras, não só de higiene, devem ser seguidas:
- A visita deve ser a mais breve possível.
- Evitar usar perfumes fortes para não enjoar o paciente.
- Higienizar as mãos com álcool gel ou lavar as mãos antes de entrar no quarto do paciente.
- Evitar pegar no paciente, beijar e abraçar.
- Evitar levar flores, muitos hospitais não permitem que as flores permaneçam no quarto.
- O familiar que estiver acompanhando o paciente, jamais deve utilizar o mesmo copo ou talheres.
Fonte: Ministério da Saúde | Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)